sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Oficina com o Daniel Moraes

 Já o dia ia longo. Confesso que estava muito cansada. Muito por culpa da correria que tivemos logo pela manhã e da chuvada que apanhámos antes do almoço. O corpo aguentou-se até ao final da tarde. Depois disso começou a arrastar-se até chegarmos ao nosso hostel.

A oficina do Daniel iria ser depois do jantar e por isso ainda ponderamos em eu e o Matias ficarmos no hostel, para que ele não fosse para a cama muito tarde. Mas preferimos ir todos. Nem a mãe e nem o filho quiseram perder mais um momento de partilha entre os urban sketchers.


Não conhecia o Daniel. É muito simpático. A sua apresentação focou-se, sobretudo, em três temas: arte, corpo e e deficiência. Foi uma oficina de experimentação com materiais da Viarco. Desenhámos com as mãos, com o corpo, com sombras e com muito entusiasmo.


O Matias estava eufórico. 
Adorou sujar as mãos com os materiais. Adorou desenhar as sombras das mãos no caderno. 
Adorou desenhar as sombras dos corpos nos painéis. Valeu a pena irmos todos!



(foto de Rubén Montfort)

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Oficina com o Tiago Cruz

De barriga cheia e de frente para a Lagoa das Sete Cidades o Tiago Cruz lança-nos o primeiro desafio: fechar os olhos e desenhar os sons à nossa volta! Ouvia-se tudo: pássaros a chilrear, o vento a bater nas folhas, murmurinhos entre os amigos, a água a bater na margem, crianças a rir, páginas a virar, drones a voar e a moto serra a trabalhar! 
Podia jurar que, em 2016 quando aqui estive a fazer o mesmo exercício, mas sob orientação do Mário Linhares, ouvia-se também uma moto serra a trabalhar!


Segundo desafio: simplificar o desenho.
É dos exercícios que eu mais gosto de fazer. Reduzir o desenho até ao seu essencial. Gosto por haver diversas formas de o fazer, partindo de um só desenho feito in loco. O resultado do processo é sempre algo inesperado.

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Sete Cidades

De manhã havia dois autocarros à espera dos participantes nas Portas da Cidade, em Ponta Delgada. O destino deste dia seria as Sete Cidades. A família Linhares atrasou-se bastante. De tal modo que mal tivemos tempo para mastigar o pequeno-almoço! Foi uma correria louca até chegarmos aos autocarros! Fomos os últimos a chegar...

O céu estava cinzento, mas como o calor era intenso muitos de nós estava de calções, t-shirts e com chinelos nos pés. Durante a viagem de autocarro, já se via os primeiros pingos a caírem.

- Talvez isto ainda vá parar e o sol ainda apareça. Aqui nos Açores o tempo é sempre incerto - diziam os locais! E nós quisemos acreditar que assim pudesse ser. Mas não foi.



Nada como um pão quente para aquecer a nossa alma, depois de uma longa caminhada debaixo de chuva! Duas padeiras super simpáticas aguardavam por nós na Padaria Tavares. Mãe e filha geriam um negócio de família que passou de geração para geração. Mudaram-se os donos, manteve-se o pão.



- O pão deve-se comer acompanhado! - dizia alguém no autocarro. 
Por isso parámos na queijaria da Dona Maria de Jesus, que na verdade é uma cozinha e uma pequena sala com uma mesa no meio. Foi uma maravilha ver a senhora a preparar o queijo, que por sinal é delicioso.

O pic-nic preparado pela organização deveria ter sido na zona da lagoa, mas a chuva não permitiu. Numa pequena sala, protegidos da chuva, fomos mimados por um delicioso manjar com produtos da zona: pão, queijo, chouriço, iogurtes, bebidas, frutas...

sábado, 16 de outubro de 2021

De TERRA aMAR

Eu já sabia que andar de barco iria ser uma má opção.
Podia ter escolhido o circuito alternativo - desenhar em terra. Mas não. Tomei o comprimido dos enjoos meia hora antes e optei por ir ver a ilha de barco. E ainda por cima, quis desenhar! Péssima ideia!

Fui teimosa. Fui andar de barco. Fui desenhar enquanto estava no barco.
Aconteceu o que se previa: enjoos atrás de enjoos!





Um grande agradecimento ao comandante Stanimir que, por diversas vezes, desligava o motor do barco para o pessoal desenhar com mais tempo a ilha e de diferentes pontos de vista, e um obrigado a toda a sua tripulação que nos acompanhou de forma tão simpática e profissional. E ainda fomos surpreendidos com um grupo de golfinhos à volta do barco.

Apesar da minha agonia, realço que, andar de barco com o Futurismo foi das experiências mais maravilhosas que tivemos na ilha de S. Miguel.

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Regressámos aos Açores

Não me lembro muito bem da última vez em que estivemos nos Açores. Mas recordo-me perfeitamente da primeira vez em que posemos os pés nesta ilha. Foi a convite da Alexandra Baptista, da Sofia Botelho e da Cristina Moscatel que eu, o Mário e o Eduardo Salavisa fomos à ilha de S. Miguel dar um empurrãozinho para se criar um grupo de Urban Sketchers Açores. Eu estava grávida, de 4 meses, do Matias.

Depois de 7 anos o grupo cresceu bastante. De tal modo que organizaram este encontro nacional USK de 3 dias na ilha. Uma organização de se louvar, em que acolheram e cuidaram de todos os participantes de forma tão atenciosa que já se pedia um simpósio internacional na ilha.



Fomos abençoados por um dia quente no primeiro dia do encontro. Mas apesar do sol brilhar intensamente no céu, notava-se uma ligeira névoa no céu. Dizem que eram poeiras vulcânicas vindas das ilhas Canárias...

domingo, 29 de agosto de 2021

Último dia em Nápoles

Esta foi a viagem em que mais calor apanhámos, mais caminhámos e mais água consumimos! O que nos vale é que o Matias é um excelente companheiro de viagens: não se queixa do cansaço, não se queixa dos programas inesperados que acontecem, alinha nas nossas aventuras, fica bem quando não está a desenhar, motiva-se a si próprio quando está a desenhar e está quase sempre bem disposto!
O rapaz foi feito mesmo feito "à nossa medida"!


sábado, 28 de agosto de 2021

Museu Arqueológico Nacional

O Museu fica a 40 minutos afastado do centro da cidade. Faz-se bem a pé, principalmente depois de uma deliciosa pizza ao almoço!

Assim que começámos a circular pelo museu ficámos indecisos entre visitar tudo e depois desenhar ou ir desenhando à medida que visitávamos! Eu estava ansiosa por desenhar, já os meus rapazes estavam tranquilos a passear pelas salas! Ninguém decidia nada, até que me impus: abri o caderno e comecei a desenhar!

"Esperem por mim que farei desenhos rápidos" - disse-lhes eu! Os desenhos não foram rápidos e por isso não esperaram por mim! Separámo-nos e eu perdi-me no museu, enquanto os procurava! Comigo só tinha o caderno e uma caneta.

"Hão-de encontrar-me!" - pensei eu enquanto aproveitava para desenhar o máximo possível nesta tarde!



Numa das salas estavam expostas esculturas lindíssimas. Muitas eram de figuras anónimas, por isso quase ninguém parava para as admirar.

"Só se tornam interessantes aos visitantes quando você começa a desenhá-las!" - disse-me um rapaz. De facto era verdade! Escolhi esculturas "sem visitantes" para que as pudesse desenhar à vontade, sem que alguém "as tapasse" enquanto as desenhava! Acontece que, a meio do desenho, apareciam pessoas, espreitavam-me o caderno pelos ombros e depois colocavam-se à frente da escultura, à procura de informações para perceber o meu interesse em desenhá-la! Esta situação deixava-me bastante irritada!


Eles encontraram-me, já quase à hora do fecho do museu! Estavam a desenhar na única sala em que eu não os procurei! Dizem eles que também estiveram à minha procura! Desencontrámo-nos, para o bem dos três! Eu desenhei freneticamente. Eles desenharam tranquilos. 

O museu é um espaço enorme! Deveríamos ter seguido o conselho da Simo: um dia inteiro no museu para desenhar porque tudo é desenhável no seu interior!