Subimos o monte no funicular. Foi uma viagem rápida, onde pouco se pôde apreciar a cidade. Mas chegando ao Castel Saint' Elmo, a paisagem é de 360º: a cidade estende-se no seu leito, com o Vesúvio impondo-se à sua frente, enquanto o Mediterrâneo se derrete timidamente aos seus pés e a ilha de Capri se esconde por de trás das suas muralhas.
No final da tarde descemos para a cidade, atravessando uma escadaria infinita que chegava à casa da Simo Capecchi! Ao longo da descida espreitávamos as vistas por entre as pequenas casas à beira das escadas. Por causa do calor, os moradores permaneciam no seu interior. Só os turistas se aventuravam a subir ou descer as escadarias debaixo de um calor infernal!
Chegar à casa da Simo é como chegar a um porto de abrigo, onde podemos descansar sentados no terraço, rodeados de plantas, sentir o calor bater no rosto enquanto nos embebedamos com água fresca!
Nós desenhávamos e trocávamos ideias em inglês com a Simo. O Matias enriquecia o seu vocabulário italiano, através dos livros infantis do Marcello e do Tommaso (filhos da Simo). Apaixonou-se pelo "Ariol", de Emmanuel Guibert e Marc Boutavant.
Conhecemos a Simo no Simpósio Internacional USK 2001, em Lisboa. Era instrutora, em parceria com o Cláudio Patanè, também italiano. Sempre discreta. Apenas os seus cabelos grisalhos chamavam a atenção sobre si! Mestre em desenhos verticais e dona de uma linha simples que conta histórias sobre as ruelas napolitanas, onde os turistas dificilmente chegam.
Cruzámo-nos em outros simpósios. Conheci o seu filho Marcello no Simpósio do Porto, em 2018. Era "mais pequeno" do que agora, já com 18 anos e prestes a ir para a Suécia estudar durante 3 anos!
A vida é cheia de surpresas e de maravilhas inesperadas!
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