Planeamos muito bem este dia! Ver "Sete obras de Misericórdia" do Caravaggio de manhã e à tarde visitar o Museu Arqueológico. Raramente programamos os nossos dias durante as viagens de férias, mas como este seria o último dia em Nápoles, era imperativo passar por estes dois locais!
Há coisas que acontecem nesta cidade que não consigo compreender! Uma delas é o facto de as pessoas levarem os seus animais de estimação para dentro dos museus! Não percebo de que forma isso iria contribuir para o conhecimento geral dos animais! Também não percebo o motivo das pessoas falarem alto ao telemóvel dentro dos museus, como se estivessem sozinhos! Ninguém merece assistir a novelas auditivas em espaços onde se pretende adquirir conhecimentos sobre a História da Humanidade!
Tal como acontece em cidades turisticamente agitadas, Nápoles amanhece com os trabalhadores a limparem as portas dos seus estabelecimentos. Habitualmente as noites de verão são muito agitadas para os jovens, que por vezes deixam "surpresas" desagradáveis em muitas portas.
Enquanto desenhávamos a mercearia, a cidade compunha-se lentamente, para mais um dia quente, ao som de baterias, de carros e de vespas que circulam nos dois sentidos, por entre o passeio, a estrada e as pessoas.
A Igreja Pio Monte della Misericórdia guarda uma das obras mais espectaculares do Caravaggio, que a olho nú teria muitas dificuldades em analisar! Foi com uma verdadeira mestria que o pintor reuniu as "Sete obras de misericórdia" numa única tela:
1. dar de comer a quem tem fome
2. dar de beber a quem tem sede
3. vestir os nús
4. visitar os prisioneiros
5. dar pousada aos peregrinos
6. visitar e atender os doentes
7. enterrar os mortos
Embora a igreja tivesse mais obras de pintura expostas, maioritariamente feitas por seguidores do Caravaggio, nós ficámo-nos por aqui, entre o observar, apreciar e compreender o quadro. Foram cerca de 45 minutos partilhados com o Matias, de frente para a obra-mestre, onde a arte e a religião se cruzam num estilo único e inconfundível!
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