terça-feira, 25 de abril de 2017

Pobreza e Oferta


Tema 4: Pobreza

Uma coisa é deixar toda a riqueza de lado. Uma coisa é optar por uma vida mais pobre. Mas fazer tudo isso e depois ir mendigar aos ricos é outra coisa! Francisco não só fazia isso como também roubava homens feitos e moços ao aconchego da família. Certamente este homem teria algo de inexplicável para que outros o pudessem seguir, sobretudo os mais ricos! Tinha uma vida de pobreza extrema, andava descalço, só tinha o hábito em cima do corpo e falava com a natureza (animais, plantas, árvores, sol, a lua, vento, etc)! Como poderia ser uma pessoa “atraente” aos olhos dos outros?

De manhã saímos do nosso quartel-general apenas com o caderno na mão. Sem canetas, sem pincéis, sem lápis ou se quer sem borracha! Nada! Apenas com o caderno na mão. O destino seria a igreja de Santa Clara e a igreja de S. Damião e pelo caminho teríamos de “mendigar” um material riscador a alguém de Assis. Sim, mendigar, disse o Mário!

Optamos em ir primeiro ao lugar mais afastado do centro, mas também o mais bonito: a igreja de S. Damião. O caminho até lá é sempre a descer. A descer a pico. Nós os 3, o carrinho do Matias, o Rui, o Arthur, a Estela e a Alice. Pelo caminho, entre selfies e risadas, deparamo-nos com a beleza e a simplicidade que rodeia a igreja de S. Damião: tudo verde e um silêncio imenso! Inspirada por este ambiente, resolvi criar na minha cabeça um conceito para estas duplas páginas: relacionar a pobreza de S. Francisco com a natureza em que a lua/noite/negro fizessem contraste com o sol/dia/branco. Por falta de tempo, fiquei apenas com a pobreza e a natureza de S. Francisco.



O caminho de regresso foi o mesmo: sempre a pico! E o Matias que caminhava ao meu lado, gritava "força, pai", enquanto o Mário empurrava o carrinho debaixo de um calor abrasador!

 Tema 5: Oferta

Quando se pensava que a generosidade do Mário ficaria apenas na multiplicação do grafite, eis que surge outra oferta: cada um de nós recebeu duas paletes de aguarelas impressas (ainda não comercializados no mercado). Como as utilizar? Cada um iria descobrir por si! Depois de uma manhã a mendigar por um material riscador, este presente foi bem merecido! 

Fomos juntos em direcção da Basílica de S. Francisco que possuí dois pisos. No primeiro piso desenharíamos com aguarelas impressas de forma livre e no segundo piso o objectivo seria desenhar um dos fresco de Giotto (nome que só conhecia como marca de plasticina para crianças)!
Os tectos desta Basílica são uma coisa extraordinária! Assim que entrei na Basílica soube de imediato que não deveria desenhá-los e que caso me arriscasse nisso as páginas iriam ficar um horror! Dito e feito! Por isso, nada como a escrita (bem ou mal) para “enganar-me” os olhos! Mas os 28 frescos do Giotto no piso superior que contam a história de S. Francisco também são de tirar a respiração a qualquer pessoa!





O único lado negativo da Basílica (especificamente do piso superior) são as pessoas que lá trabalham, que com a sua antipatia e agressividade nas palavras não fazem justiça ao espaço de culto e nem às obras que se encontram expostas nas paredes deste lugar.

1 comentário:

  1. Estou maravilhado e parece que estou convosco no Retiro.
    Que exercicio fascinante!

    O mario consegue criar com cada exercicio! Mendigar por um material, ir para a rua apenas com o caderno e a interrogacao de como se vai desenhar sem nada. Incrivel!!

    Definitivamente farei algum dia um destes Retiros!

    Obrigado pelas cronicas! publica muitas!
    E as tuas cores!!!

    Que equipa, tu e o mario!

    beijinho diak!

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